Bia Souza Conquista Ouro Histórico no Judô nos Jogos de Paris
Bia Souza entrou para a história do esporte brasileiro ao vencer a israelense Raz Hershko e conquistar a medalha de ouro na categoria acima de 78 kg nos Jogos Olímpicos de Paris. A vitória, obtida nesta sexta-feira, 2 de agosto, na Arena Champ-de-Mars, marca a terceira medalha brasileira no judô nesta Olimpíada e a primeira vez que o Brasil chega ao topo do pódio na capital francesa.
A lutadora de 26 anos garantiu o ouro com um waza-ari nos primeiros segundos do combate e, ao longo da luta, precisou apenas conter a adversária e evitar punições. Ambas receberam dois shidos [punição] cada. Bia chegou à final com um histórico favorável, tendo vencido todas as quatro lutas anteriores contra Hershko, e manteve a invencibilidade em Paris.
Emocionada após a vitória, Bia dedicou a conquista à sua família e à avó, que faleceu recentemente. “Eu consegui, deu certo, mãe. Foi pela avó [que morreu há pouco mais de um mês]. É por ela mãe, eu amo vocês mais do que tudo”, disse a atleta em entrevista à TV Globo.
Caminho para o Ouro
Bia Souza demonstrou sua força desde o início da competição. Em sua estreia nas oitavas de final, derrotou Izayana Marenco, da Nicarágua, em menos de um minuto. Nas quartas de final, enfrentou Kim Ha-Yun, da Coreia do Sul, e, após uma revisão de vídeo, venceu por ippon. Na semifinal, enfrentou a francesa Romane Dicko, número 1 do mundo, e garantiu a vaga na final com um ippon após 30 segundos de golden score.
Trajetória de Resiliência
Beatriz Souza, criada em Peruíbe, no litoral de São Paulo, participou de sua primeira Olimpíada e já deixou sua marca. Aos 19 anos, destacou-se na campanha da prata por equipes no Mundial de 2017. No individual, conquistou uma prata e dois bronzes em torneios mundiais entre 2021 e 2023.
Para investir na carreira, mudou-se para São Paulo aos 15 anos, onde enfrentava uma rotina intensa de treinos e estudos. Em 5º lugar no ranking mundial, Bia revelou ao Olympics a frustração por não ter ido a Tóquio e como isso a motivou: “Falei pra mim mesma que eu não ia sentir aquilo que eu senti de novo, de não ir para uma Olimpíada. Foi uma chave muito importante para mim que eu virei. Desde o momento em que a chave virou, as coisas só foram sendo encaminhadas.”
Treinada por uma Ex-Rival
Uma curiosidade sobre a trajetória de Bia é que sua treinadora é Maria Suelen Altheman, sua antiga rival na disputa pela vaga olímpica para Tóquio. A relação de rivalidade transformou-se em uma amizade e parceria profissional, com Maria Suelen sendo fundamental para o crescimento de Bia no esporte.
Outras Medalhas do Judô Brasileiro em Paris
Além do ouro de Bia, o judô brasileiro já havia garantido dois pódios em Paris. Willian Lima conquistou a prata na categoria até 66 kg, e Larissa Pimenta assegurou o bronze na divisão até 52 kg. Willian foi derrotado pelo japonês Hifumi Abe na final, e Larissa venceu a italiana Odette Giufrida na disputa pelo terceiro lugar.
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